Seguindo com a minha missão de ver todos os filmes de Stanley Kubrick por ordem de lançamento, chegou a vez de Spartacus. Confesso que comecei a vê-lo com algum ceticismo. Com quase três horas de duração e mais de meio século em cima, esperava algo datado, lento e talvez até aborrecido. No entanto, bastaram poucos minutos para perceber que estava completamente enganada.

A narrativa, centrada na revolta dos escravos liderada por Spartacus contra o poder de Roma, é poderosa e emocionalmente envolvente, mantendo o interesse de forma surpreendente do início ao fim.

A realização de Kubrick, que entrou no projeto já em andamento, é segura e competente. Há um bom equilíbrio entre momentos mais íntimos e emocionais e grandes cenas de batalha, com uma escala épica que impressiona mesmo hoje. A cinematografia e os cenários reforçam o peso histórico da narrativa, e a banda sonora contribui bem para a atmosfera dramática.

A performance de Kirk Douglas é um dos grandes destaques, intensa, carismática e com grande carga emocional. É verdade que muitos dos atores principais parecem mais velhos do que seria historicamente realista, mas a sua experiência em palco e ecrã compensa essa escolha com interpretações de alto nível.

No final, Spartacus não é apenas um clássico. É um filme que continua a ser relevante e emocionante. Recomendo-o vivamente, mesmo a quem pensa não gostar de “filmes antigos”.